Tomei como ponto de partida a poética da escritora Uruguaia Marosa Di Giorgio. Desconheço o caminho para expressar ou transmitir em movimento aquilo que me seduz no seu mundo de instintos, a maneira em como dissolve as distâncias entre as palavras e as coisas, a relação as espécies vegetal, animal, humana, sempre sexual, sem juízos morais; e assim também me atrevo a interpretar a sua poesia.
A lua da tarde passa à minha frente e diz “Estas a sonhar”. E muda as coisas de lugar. Depressa encontrei a bruxa.
Um circulo invisível cercava-a, suave, cortava-lhe o caminho.
Mais bonita que a beleza. Parecia saber tudo com os seus grandes olhos negros cheios de brilho. De cores verdes e lilás. O ambiente era ela.
Por acaso seria ela uma aranha e eu uma mosca ?
Não. Eu antes de ser apanhada matava-me. E ela brilhava à séculos e séculos, ela repetiu a história das nossas vidas, num idioma muito suave e muito lúcido que deitava por chão todos os outros.
Eu não podia falar. Esqueci todo o passado, a casa, a escola.
E fiquei para sempre junto ao roseiral. Vendo o que a bruxa faria.
Direção e Interpretação_ Cecília Gómez
Música_ Sergio Bulgakov
Video_ Carlos Trilnick
Desenho, Operação de Luz e Som_ João Cantador
Cenografia_ Sérgio Novo
Desenho de Maquilhagem_ Matias Nazareno Lopez
Direção de Produção_ Rui Pires
Produção_ Cecília Gomez e ContraDANÇA
Agradecimentos_ Lorena Briscoe e Juan Pablo Sierra
Género_ Dança
Duração_ 35m
Pais_ Portugal e Argentina
Tomei como ponto de partida a poética da escritora Uruguaia Marosa Di Giorgio. Desconheço o caminho para expressar ou transmitir em movimento aquilo que me seduz no seu mundo de instintos, a maneira em como dissolve as distâncias entre as palavras e as coisas, a relação as espécies vegetal, animal, humana, sempre sexual, sem juízos morais; e assim também me atrevo a interpretar a sua poesia.
A lua da tarde passa à minha frente e diz “Estas a sonhar”. E muda as coisas de lugar. Depressa encontrei a bruxa.
Um circulo invisível cercava-a, suave, cortava-lhe o caminho.
Mais bonita que a beleza. Parecia saber tudo com os seus grandes olhos negros cheios de brilho. De cores verdes e lilás. O ambiente era ela.
Por acaso seria ela uma aranha e eu uma mosca ?
Não. Eu antes de ser apanhada matava-me. E ela brilhava à séculos e séculos, ela repetiu a história das nossas vidas, num idioma muito suave e muito lúcido que deitava por chão todos os outros.
Eu não podia falar. Esqueci todo o passado, a casa, a escola.
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6200-050 Covilhã
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