Não importa o que te move,
não importa o que te move com ou contra mim.
Não importa.
Se não conseguires prender-me,
odeia-me,
assim saberei que sabes de mim,
que pensas de mim,
que conspiras contra mim por me odiares,
que mal me desejas,
porém desejas,
por me odiares;
deseja-me,
ainda que seja assim.
Que mais posso se não esperar sem tempo,
sem pressa pelo teu desejo? –
Nunca pedi para que me amasses.
Podes odiar-me em segredo,
mas não o reveles para mim.
Pega na tua mentira e faz a minha verdade.
Pega no desejo, que não é teu e faz a minha ilusão;
pega no meu peito exposto e acaricia-o, depois…
quando eu me deixar embalar pelas tuas carícias,
quando eu fechar os olhos,
libertar o corpo e entreabrir os lábios…
Pega no primeiro objeto pontiagudo que te aparecer e arremessa-o contra o meu peito.
Pega nos teus desejos crispados e
arremessa-os contra mim.
Mas peço-te,
busca todas as tuas forças para que o golpe
seja único.
Tem piedade,
não me mantenhas vivo e consciente para um segundo golpe.
Sendo eu teu,
que mais posso sem esperar sem tempo,
sem pressa pelo teu desejo?
Co-produção: ASTA e TeatrUBI
Criação e Direção: Rui Pires e Sérgio Novo
Assistente de direção: Helena Ribeiro
Co-criação e interpretação: Ambrósio B. Wachilala, Daniela Matos, Edmilson Gomes, Helena Ribeiro
Texto: Ambrósio B. Wachilala, Daniela Matos, Edmilson Gomes, Helena Ribeiro
Tradução: Rui Espinho e Sérgio Novo
Dramaturgia: Rui Pires
Professora de voz: Carmo Teixeira
Desenho de luz: Pedro Fonseca/coletivo, ac
Sonoplastia e edição de video: João Maria Taborda
Cartaz: Mariza Inglês
Guarda Roupa: ASTA
Figurinos: Sérgio Novo
Não importa o que te move,
não importa o que te move com ou contra mim.
Não importa.
Se não conseguires prender-me,
odeia-me,
assim saberei que sabes de mim,
que pensas de mim,
que conspiras contra mim por me odiares,
que mal me desejas,
porém desejas,
por me odiares;
deseja-me,
ainda que seja assim.
Que mais posso se não esperar sem tempo,
sem pressa pelo teu desejo? –
Nunca pedi para que me amasses.
Podes odiar-me em segredo,
mas não o reveles para mim.
Pega na tua mentira e faz a minha verdade.
Pega no desejo, que não é teu e faz a minha ilusão;
pega no meu peito exposto e acaricia-o, depois…
quando eu me deixar embalar pelas tuas carícias,
quando eu fechar os olhos,
libertar o corpo e entreabrir os lábios…
Pega no primeiro objeto pontiagudo que te aparecer e arremessa-o contra o meu peito.
Pega nos teus desejos crispados e arremessa-os contra mim.
Mas peço-te,
busca todas as tuas forças para que o golpe seja único.
Tem piedade,
não me mantenhas vivo e consciente para um segundo golpe.
Sendo eu teu,
que mais posso sem esperar sem tempo,
sem pressa pelo teu desejo?
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